28.7.07
26.7.07
A Moral e o Estado

Os seres humanos nascem iguais em direitos e deveres, mas nascem diferentes em relação a suas aptidões, características inatas do homem. Há os que nasceram com a característica de liderança, há os que nasceram com a característica dos trabalhos manuais, há os que nasceram para a reflexão, há os que nasceram para as artes, para a comunicação...
O ideal do Estado é a união de todas essas características individuais. Montesquieu, ao desejar que o homem pudesse "amar os seus deveres, seu Príncipe, sua Pátria, suas leis; que se pudesse sentir melhor a felicidade em cada País, cada Governo, cada posto que se ocupe", traduz um desejo de unidade que já observávamos na República de Platão. O Estado Iluminista é um ideal, assim como a República. Ele chegou mais perto de sua realização, mas de fato permaneceu bem longe do que pensavam iluministas como Montesquieu.
Materialistas dirão que esses Iluministas pensaram dessa forma por pertencerem a uma classe favorecida onde seria muito mais fácil desejar o "amor a seus deveres". Penso que não há problema algum nisso. As obras filosóficas desses homens remetem a valores universais e necessários para que o homem se organize de forma justa e respeitando as diferenças inatas de cada um. Seja um artesão, seja um rei, seja um camponês ou um barão... As idéias expressas acerca do Estado ideal clamam por valores universais como a justiça e o amor. Mas por que diabos esse ideal iluminista não se realizou?
As razões históricas que fizeram com que chegássemos ao Estado opressor e injusto que temos hoje, decorre de muitos fatores. Seria um trabalho por demais complexo tentar enumerar todos essas fatores históricos. O que pretendo é, brevemente, através de uma análise moral e filosófica colocar meu pensamento acerca do motivo que inclusive serve como sustentação para esses fatores históricos, sendo causa primeira de todos eles.
O Estado é formado por homens, movido por homens, que como foi dito, nascem sob diferentes características inatas. Essas características não remetem apenas a suas ocupações sociais, a suas contribuições para a produção de bens necessários para o uso coletivo. Essas características também remetem ao comportamento e consciência moral de cada homem.
É muito difícil dizer exatamente o que é moral; na verdade talvez não seja possível. Colocarei aqui a moral através de uma conecção com outras palavras. Colocarei moral como a consciência que cada homem tem dos valores universais e a priori que o pensamento produz. A justiça, a paz, a liberdade, o amor e tantos outros valores que não podem ser descritos exatamente em palavras são os constituintes da consciência de cada um. Cada homem, independente de ser um grande líder ou um soldado, possui em maior ou menor escala essa consciência, essa moral.
O que temos na realização do Estado moderno é a festa dos que possuem de forma muito rasa a consciência desses valores. Os chefes de Estado, empresários, intelectuais, comunicadores e tantos outros que determinam os rumos das nações no mundo, estão imersos no egoísmo, característica essa calcada em desejos de realizações individuais que nada têm a ver com a forma como deve funcionar o Estado em seu ideal. Muitos desses homens provavelmente têm a característica inata de liderança e intelectual de poder pensar o funcionamento de um corpo tão complexo como o Estado. O problema é que de nada vale possuir habilidades, se as mesmas estão presas a uma baixa consciência moral.
O ideal do Estado, ou até mesmo todo e qualquer ideal aqui, pode ser entendido como um farol pelo qual temos que seguir, mas isso sem em momento algum esquecer do principal motor de todos esses ideais: o homem e suas relações! A moral, a consciência de valores universais é o que torna possível a realizações de ideais como o Estado. Não defendo aqui em absoluto o Estado como única forma de realização de tais valores, mas apenas analiso a falha desse modelo como uma deficiência moral que está na vida, no pensamento e na realização do próprio homem, onde não há problema algum no fato de existirem patrões ou empregados, líderes ou liderados, mas sim no fato de existirem exploradores e explorados, senhores e escravos, sendo essa condição, a determinante para manter essas relações injustas entre os homens.
Podemos compreender inclusive que esse caos gerado pelas deficiências morais do homem, independem do modelo de organização social que possa existir. E enquanto o homem não desenvolvê-las de alguma forma, não há mudança social que permita sermos felizes. Ignorar nossa evolução moral é ignorar a nós mesmos, prendendo-nos no egoísmo e no preconceito que nos torna alheios e reféns de nossas próprias debilidades. Debilidades essas determinantes para o atraso no desenvolvimento e bem-estar nosso e de nossa sociedade. Talvez a esse pensamento estivessem ligadas as idéias de Montesquieu, observadas nas linhas citadas acima.
24.7.07
Tempo Real?

Fonte: Folha Online
O tema "Aquecimento Global" apareceu há menos de um ano em todos os meios de comunicação do mundo e as notícias acerca desse problema somente a partir daí começaram a estourar. O trecho exposto acima do site da Folha de São Paulo sobre uma matéria da Revista Nature, revela que não é de hoje que tais efeitos são observados e estudados pela ciência.
O caso todo é "encenado" como se as coisas começassem a acontecer a partir de agora, e como se os meios de comunicação estivessem nos passando em "tempo real" os problemas ambientais que aparecem em nosso planeta, mas escorregões como os observados no trecho da nota publicada no site do Grupo Abril, nos revela que nem sempre temos esse "tempo real" reproduzido através das notícias.
Interesses de empresas e governantes das grandes economias mundiais foram determinantes, creio eu, para que até determinado momento os meios de comunicação segurassem os fatos reais acerca dos problemas ambientais, pois somente agora, movido por algum interesse ou necessidade não "veiculado", temos a divulgação de um problema que há décadas atinge nosso planeta e que é estudado durante um período de tempo não tão inferior.
O tema "Aquecimento Global" vem sendo exposto ao longo das décadas sob diversos rótulos eufemistas que nada mais pretendiam do que de esfriar o impacto das notícias, e fazer com que aos poucos a população terrestre se acostumasse com uma situação que há tempos não é nem um pouco tranquila.
As notícias nos são colocadas em pequenas doses, de modo a atrapalharem da menor forma possível os planos dos poderosos, trazendo poucos prejuízos para a produção e lucro das empresas, líderes no capital. Qual será o próximo termo que virá após "Aquecimento Global"?
São nas pequenas coisas que as grandes aparecem... A indução (do micro para o macro) aqui, é nossa grande aliada.
23.7.07
Parcial ou imparcial?

A classe jornalística é uma classe que tem acesso aos fatos mais relevantes da sociedade. Refiro-me aos empresários donos dos grandes veículos de comunicação, pois esses sim têm total acesso à podridão que rola solta pelos bastidores do poder. São como um filtro que nega a verdade inclusive aos seus “operários da informação”. O grande problema é que essa classe, em determinado momento, resolveu utilizar-se desse poder para obter vantagens em detrimento das pessoas que necessitam desse canal de comunicação com o “alto da pirâmide”. Começou a festa!
A parcialidade ou imparcialidade na imprensa pode ser observada sobre dois aspectos diferentes:
Em relação à exposição de suas opiniões, a imprensa não é parcial. Ela é imparcial! Sim, pois essa se inclina a cada momento para um lado de acordo com seus interesses, em detrimento de concordar ou não com os ocorridos. Ela se mantém sempre no meio do muro, e quando aparece um interesse que a faça tornar-se parcial, finalmente temos os jornais, revistas, sites e todo tipo de veículo que trata de nos mostrar o mundo através das lentes da mentira. Logo, a imprensa em relação a seus próprios valores é imparcial ou omissa, pois analisa qual situação é mais proveitosa para seu benefício, e somente após esse exame, parte para um lado do muro.
Penso que a partir daqui o problema não está na parcialidade da imprensa. Não somos em momento algum imparciais em nossas vidas. Podemos muitas vezes nos omitir em relação aos fatos do mundo, mas dentro de nós sempre há uma opinião, um lado pelo qual gostaríamos de seguir. Ora, a omissão seria a negação dessa característica de nossas personalidades, seria o mesmo que pedir que não tivéssemos senso crítico em relação ao mundo e em relação a nós mesmo. Pedir imparcialidade da imprensa (que é feita por pessoas) neste aspecto, seria o mesmo que pedir que essas mesmas se omitissem. Tenho como problema o fato da imprensa ser dirigida e manipulada por pessoas desprovidas de caráter, de senso de justiça e verdade. A imprensa apresenta-se omissa nesse aspecto e vemos o resultado...
Os fatos que se apresentam contra o bem comum, contra o que podemos chamar de justo ou ético, devem sempre ser expostos e criticados pela imprensa, mas sempre de forma transparente e contrapondo-se inclusive com argumentos que possam criticar a posição adotada. Jornalistas devem ser pessoas com senso crítico e com opinião firme. Somente esse tipo de leitura pode promover uma discussão dentro da sociedade que tem acesso às notícias. A imprensa deve prestar um serviço à sociedade. Mas o que estou dizendo? É claro que todos sabemos disso, sendo inclusive esse o discurso de todos os veículos de comunicação. O problema, o grande problema (que está ligado à falta de caráter da imprensa) é justamente a utilização vã deste discurso.
Todas as características que apontei como necessárias ao jornalista, ou a imprensa em geral, remetem a um caráter de parcialidade em relação ao mundo, pois ao afirmar que a imprensa deve ser imparcial, consideramos uma sociedade que não possui o poder de discernir entre uma opinião coerente com certos “valores universais”. A imprensa, desde que relate os fatos como realmente são, pode perfeitamente ser parcial em relação a eles, apresentando sua posição sustentada por argumentos sólidos. A verdadeira imprensa é aquela que bate no peito e se declara de fato parcial em relação a determinado fato e não tem medo de colocar a verdade.
No que concerne à exposição dos fatos, a imprensa não é imparcial, pois esta nunca apresenta os fatos como realmente se dão. A apresentação das notícias é sempre montada de forma a nos fazer tomar uma opinião que já foi pressuposta. Em relação à verdade não temos imparcialidade alguma, mas sim uma parcialidade manipuladora. Caímos aqui no outro aspecto que se relaciona com parcialidade e imparcialidade.
O que penso em relação a esses dois aspectos é que se deve haver uma inversão na atividade de ser parcial ou imparcial. A discussão errônea sobre o parcial ou imparcial ajuda a cobrir com um véu a real discussão que deve ser promovida sobre a imprensa. A crítica à parcialidade, como exposto acima, deve debater a questão da verdade que não é apresentada de forma imparcial ou transparente. A notícia nos chega montada de forma a favorecer a parcialidade tomada pela imprensa. A imprensa parece não argumentar, pois a exposição manipulada dos fatos fala por si e em momento algum pede argumentos. As mentes absorvem o recorte arbitrário da verdade e seguem a opinião mais certa em relação a ele. Eis a manipulação! Os fatos expostos já foram colocados de forma a obter a determinada opinião. Aí está o problema...
A partir da verdade transparente pode-se muito bem argumentar sem problemas. Expor a mentira de modo a manipular nosso senso de “valor” é que faz o caldo entornar. A imprensa pode e deve ser parcial no que concerne à análise crítica de um fato, mas deve ser imparcial ao expor esse fato, de maneira a não se colocar diante dos ocorridos, tornando-nos cegos em relação a eles.
O que eu quero é a verdade! O que eu quero é participar do mundo! O que eu quero é ser livre! O que eu quero é que a imprensa faça seu trabalho e me deixe pensar em paz! É pedir muito? Para esses canalhas, sim!
17.7.07
Mais crise aérea!

16.7.07
Mais férias...
____________William Shakespeare, Sonho de Uma Noite de Verão
"Que somente os dementes, os loucos, os teatros,
Os corações, os quixotes, os palhaços,
Podem vencer os dragões aliados
Aos caminhões e aos supermercados.
E assim retornando essa doce loucura
Que o transe, o abandono e o delírio procura
Pra devolver ao amor plenitude
No êxtase ter-se outra vez a virtude.
Que a inocência, essência do sonho, devolva
Os sais abissais do amor às alcovas.
Desta casa onde casa e se cria
Um degrau
Da minha catedral
O teatro do ator que recria
Quixotes de Espanha
La Mancha e Bahia.
E pelo arauto
No alto do palco
Onde o mito vomita uma história
Que repete a estória da história".
____________Tom Zé, do álbum Estudando o Pagode
Uhuuuu...
"Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e do que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
Partimos. Vamos. Somos".
____________Sebastião da Gama
Agora chega...
11.7.07
8.7.07
Maravilhas!
Eis as grandes maravilhas do mundo moderno segundo esse que vos escreve:

Em um mundo com alto desenvolvimento tecnológico e científico é realmente incrível que existam pessoas passando fome. Não são esses os indicadores da evolução do homem? Foi o que disseram... Dá pra acreditar na situação da África nos dias de hoje? Comida de sobra nas prateleiras dos supermercados, agribusiness em alta, países com população obesa em constante crescimento... Ué? A fome é incrível! Uma MARAVILHA!
2) O Aquecimento Global
Indústrias sedentas por produção, empregados trabalhando como robôs, recursos naturais retirados de forma desenfreada de nosso planeta, veículos, poluição das águas, do solo, das mentes... A natureza suportou demais e agora volta-se contra o homem.
Nem mesmo Hollywood faria igual! Criamos o roteiro perfeito! MARAVILHA!
3) A Caça Predatória
Estamos no topo da cadeia alimentar! Somos os melhores! Se uma espécie entra em extinção, logo encontra-se outras para dar lucro. Carne, peles, experimentos em indústrias... São apenas animais! Nosso poder de dominar os seres vivos e manipular a natureza é incrível! Uma MARAVILHA!
A briga de galos global! Os ricos dão as armas, acentuam o ódio e os pobres idiotas caem como patinhos. O ocidente se porta como a parte racional que tenta encontrar uma solução para os confrontos. Agora é a hora de botar pra foder! Orientais de merda, bárbaros irracionais! Melhor se matarem logo... Assim sobra mais petróleo para movimentar nosso mundo civilizado! Bush e Cia. agradecem. Isso realmente seria uma MARAVILHA!
5) O Consumismo
E quem nunca sofreu desse mal que atire a primeira pedra. Ter para ser! Tenho, logo existo! O mundo dos sonhos, o simulacro da perfeição ao nosso alcance! Ligue já e possua! Parcele em muitas vezes e nos ajude a girar o capital! Para que ficar na realidade se temos o mágico? Compra é uma terapia! Mais uma MARAVILHA!
6) As Armas Nucleares
Quem pode mais chora menos! Dentro do Estado existem leis moderadoras, mas entre eles a barbárie corre solta! EUA, França, Irã, Rússia... Os ricos acham um absurdo que os pobres queiram brincar, pois somente eles têm boas intenções. Até quando os EUA achavam que manteriam o medo da Segunda Guerra perante os outros países? Agora tem mais gente querendo jogar mísseis e bombas... Olha que eu jogo! E viva a lei do mais forte! Ou seria do mais armado? Outra MARAVILHA!
7) A Manipulação de MassaA TV, os jornais, as revistas, o rádio... São nossos faróis! O que eles dizem é a verdade. Guiam as discussões, pregam qual deve ser a posição a ser tomada pela sociedade. Você pode discordar, mas vai ser como um chato "do contra"! Um mundo maravilhoso que através de programas de notícias e entretenimento tratam as maravilhas acima mencionadas como um recorte banal do mundo, um produto que nos aparece como um algo exposto em uma vitrine e logo é substituído por outro: a manipulação dos fatos.
O que importa está nas manchetes, as notícias do dia, os acontecimentos das novelas e enlatados. A arte e a liberdade pedem socorro! As mentes não pedem nada, pois já não sabem mais do que são capazes!
Encerro aqui com esta última MARAVILHA! Agora voltem às belas paisagens... Obrigado!
6.7.07
Luísa Mandou Um Beijo
Gosto desse...
A banda é do RJ.
"Não enquadre a cena, focalize o fundo, quebre a narrativa e distorça o mundo. No negativo pinte traços de cores em tons pastéis".
5.7.07
Continuando: Férias...
Tanto que eu queria o teu amor
Tanto amor em mim como um quebranto
Tanto amor em mim, em ti nem tanto".
4.7.07
Como eles conseguem?

Sol
Brilhas para mim todo dia
Tirando-me de minha tristeza decadente
Levando-me a fazer o que não mais fazia
Traga-me vida quando não mais a desejar
Leve-me alegria quando quiser chorar
Ilumine minha vida com teu terno olhar
Quando o frio do meu coração tentar me congelar
Aqueça-me e faça o tempo parar
Traga-me a vida esquecida
Ilumine minha visão escurecida
Faça refletir seu brilho em minha alma
Faça brilhar em mim a tua calma
Livre-me dos males que acarreto
Trazendo vida ao meu deserto
Quando as trevas da noite tentarem me cercar
Lembrar-me-ei de ti para me consolar
Quando a sombra da lembrança tentar me derrotar
Me apoiarei no teu esplendor para me levantar".
Tirei daqui : www.sammycoliver.blogspot.com
3.7.07

A preguiça já tomou conta. É a pressão do meio social... Hehe.
Estamos fora do ar, como a TV quando fica com aquela tela colorida, reloginho no canto e tocando umas músicas. Voltaremos dentro de alguns dias com a programação "normal"...
"Ando meio desligado