31.5.07

As novas da USP

O ato de hoje foi mais uma evidência de que Serra insiste em sua postura autoritária. Os estudantes que saíram em passeata hoje da reitoria da USP em direção ao Palácio dos Bandeirantes não foram recebidos pelo governador. O ato foi marcado pela já esperada violência policial que impediu os estudantes de chegarem até o Palácio dos Bandeirantes.
O secretário de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey, afirmou em entrevista coletiva, que não negocia mais com os estudantes até a desocupação da reitoria da USP.
Abaixo, a nota colocada no site da ocupação após o ato de hoje:

Na plenária das Estaduais que aconteceu no dia 31/05/07 em frente a reitoria ocupada da USP, após o ato no Palácio dos Bandeirantes, foi decidido que haverá a organização de um encontro das Universidades Estaduais na ocupação no dia 6 de junho.

No sábado, dia 02/06/07 às 16h, acontecerá uma reunião da comissão organizadora desse encontro.


http://ocupacaousp.noblogs.org/




Força!

30.5.07


Ataques ao ensino público, aumento abusivo das passagens de ônibus, universidades privadas implantando sistemas de ensino à distância por puras "necessidades de mercado". O inverno chegando, muitos morrendo de frio pelas ruas, na Venezuela o governo fecha uma emissora de TV que falava em nome do imperialismo e nosso presidente simplesmente diz que não vai se manifestar a respeito.
Vivemos o Brasil dos ataques, mas não os ataques aos nossos inimigos, mas os ataques ao povo, os ataques diários de quem coloca seus filhos para estudar no exterior, de quem nunca andou em transportes públicos ou sonhou em apoiar ações anti-imperialistas. Vivemos os tempos da farra dos ricos, dos desumanos, dos que têm e nem sonham em dividir. Vivemos os dias do BIRC (Brasil, Índia, Rússia e China), países em pleno "desenvolvimento"; países em plena ânsia por aceitação no clube do inferno.
Sofremos por todos os lados. Sou professor de escola pública, onde a alegria dos alunos é receber Trakinas na hora do intervalo, cantar músicas de hip-hop e pixar com letras diferentes as paredes e carteiras. Lugar onde professores apáticos sonham em lecionar em escolas particulares e dar as costas para a gênese da desesperança social.
Hoje um representante de uma escola de computação foi levar sua palestra sobre sucesso pessoal. Deu exemplos de homens como Abílio Diniz e Silvio Santos, brincava com a inocência de quem mal chegou a esse mundo e já sonha com outro, pois o que se conhece não chega nem perto do mundo dos sonhos da TV criminosa e produtos de felicidade instantânea. O tal "representante" dizia que não devemos ficar em casa reclamando do governo; dizia que o sucesso de cada um estava em suas mãos. Pelo esforço pessoal de cada um, todos chegariam a uma grande empresa, a um cargo de sucesso com um salário maravilhoso. A promessa de que com tudo isso todos sairiam da periferia e dariam as costas para a realidade: bem vindos ao mundo da ilusão, bem vindos a classe média. E o tal representante, sem saber que também era um fracassado ao provavelmente ganhar um salário de fome para percorrer escolas públicas com um Data Show debaixo do braço, afirmava que com aqueles cursos imbecis todos garantiriam um emprego, provavelmente em uma empresa nojenta de telemarketing. Sucesso!
A ocupação da USP me trouxe um certo ânimo, uma vontade de sair gritando e mostrar a essa gente egoísta e desumana que nós não nos contentaremos com um lugar nesse céu falso. Queremos o humano, queremos o belo e nada poderá nos deter. O problema de tudo isso é que eu penso assim, mas a maioria ainda quer uma passagem só de ida para o céu de brilho fraco e ilusório. A maioria dos alunos da escola onde leciono brilhava seus olhos ao ver exemplos de homens de "sucesso" que não se importam nem um pouco com o fato de alunos de sétima série muitas vezes não saberem nem ao menos escrever um texto simples, com o fato de que o herói de muitos deles é o bandido, o traficante; aquele que em uma ordem inversa, mas nas mesmas proporções é o exemplo de sucesso econômico desse mundo sintético e triste. Os exemplos estão por todos os lados e já chegaram até mesmo ao outro extremo. Estamos cercados!
Muitos dirão que a USP vive dias em que pequenos-burgueses desocupados gritam por motivos próprios e egoístas. Dirão que não passa de uma brincadeira de pseudo-revolucionários armados com IPods e perfis "extremamente libertários" em seus Orkuts. Eu digo que não! Acredito que quando se quer mudar as coisas não se faz mais parte de classe ou ideologia, acredito que quando se decide lutar, ocupa-se a reitoria, a prefeitura, para-se a estrada... Doa a quem doer, faça o que fizer.
A mensagem da foto diz mais do que pode dizer qualquer movimento, seja ele estudantil, por transportes dignos ou contra outras repressões capitalistas. A mensagem diz "ocupe o céu fosco que está em você e contamine-o com o humano, com o fraterno e o imperecível. Não há céu fácil que nos bloqueie e nem promessa de dias confortáveis e egoístas que nos conforme".

O mundo em volta despenca, mas o amor ainda existe... Sem conformismos, sem alienações. Por nós, por um mundo melhor!

Campanha do agasalho?

Morador de rua morre essa madrugada em SP em decorrência do frio.

E ainda tem gente dizendo que "nesse inverno temos que fazer a campanha do agasalho". Como se dar um agasalho a um morador de rua resolvesse alguma coisa; como se aceitar o fato de que milhares de pessoas não têm um teto seja uma coisa absolutamente normal, e que tudo o que temos que fazer é "dar calor a quem precisa". Santo assistencialismo barato...

22.5.07

Ocupação USP

Comunicado a Imprensa
São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2007

Ontem, em reunião com a Reitora da Universidade de São Paulo, Suely Vilela, estiveram presentes cerca de 30 estudantes da Comissão de Negociação, além de dois representantes do SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP), o Senador Eduardo Suplicy, e membros da Reitoria. Nesta reunião, nos foi apresentada a mesma proposta colocada no dia 8 de maio e nos foi dado o prazo até a meia-noite de ontem para um posicionamento.

Em plenária realizada há pouco com a presença de cerca de 800 estudantes e funcionários foi deliberado que a proposta reiterada pela Reitora na reunião continua sendo insuficiente e que a Ocupação será mantida. Esclarecemos que haverá uma Assembléia Geral dos estudantes, hoje às 18h, em frente ao prédio da Reitoria.

Nessa noite, em contato com o professor Dalmo Dalari, nos foi informado que não existe planejamento de intervenção policial na Ocupação no dia 22 de maio, terça-feira. Informação esta advinda de contato direto entre ele e a assessoria do Governo. Este fato nos garante a realização dos fóruns deliberativos estudantis e dos trabalhadores no decorrer do dia de hoje.

Na mesma plenária foi colocado indicativo de interferência do CONDEPH (Conselho Estadual da Defesa da Pessoa Humana) e marcada uma reunião para esclarecimento com a Presidente do Conselho, Rose Nogueira, às 8h30.


FONTE: http://ocupacaousp.blog.terra.com.br

20.5.07

De que lado eles sambam?

Lembro-me que no ano de 2005, o cantor da extinta banda Planet Hemp, Marcelo D2, foi consagrado com o prêmio de melhor artista de MPB. Isso ocorreu na premiação anual da MTV Brasil, emissora filhote da matriz norte-americana. Na ocasião o cantor agradeceu o prêmio, mas disse que não sabia o que estava fazendo ali, pois nem ao menos gostava de MPB. Tudo isso com um certo tom de deboche e risada no canto do rosto. Na época não achei nada daquilo, nada mesmo...

Ainda outro dia, assistindo um programa da mesma MTV onde o João Gordo visita a casa dos entrevistados, lá estava ele... O mesmo Marcelo D2, em sua luxuosa casa, mostrando sua coleção de sei lá quantos tênis, afirmava mais uma vez o que havia dito na noite da premiação. O entrevistador, mais do que depressa apoiou Marcelo D2, que mais uma vez declarava seu pouco caso com a MPB. Dessa vez aquilo de certa forma me incomodou, mas ainda permaneci calado...

Algum tempo depois, após ter, por coincidência pesquisado sobre MPB ao me interessar pela obra de Nara Leão e após ter assistido ao documentário de Vinícius de Moraes no canal Brasil, da TV a cabo, lembrei-me desses dois ocorridos com Marcelo D2. Agora já “acho” algo sobre tudo isso... Posso dizer...

Marcelo D2 tem todo o direito de não gostar de MPB, logicamente. Tem todo o direito de achar que não havia motivo algum para que ganhasse o prêmio de dois anos atrás da emissora norte-americana, mas acho que respeito era o mínimo que se poderia esperar de um estilo musical que tanto fez pelo Brasil nas décadas de 50, 60 e 70.

O Brasil viu nascer no Rio de Janeiro, entre os biquínis tímidos um novo estilo musical, algo que nunca tinha sido visto. Com influências do jazz norte-americano Vinícius de Moraes fazia poesia em meio a arranjos totalmente novos e bem elaborados, mas uma poesia simples, uma poesia que falava sobre as coisas da vida corriqueira, os sentimentos mais comuns entre os homens. Ele retratava o que via e vivia pelas ruas do Rio de Janeiro, mas que certamente estava estampado nos corações de milhares de brasileiros. Era um poeta de talento que desistia de escrever poemas difíceis e de linguagem entendida por poucos. O poeta descia ao mundo para festejar junto aos seus semelhantes e não pedia mais nada... Vivia apenas de sua arte popular. Nascia a Bossa Nova...

Com a ditadura militar nos anos 60, músicos que já despontavam nas rádios e viravam febre entre todas as classes sociais, deram seu tom político à MPB. Não só Vinícius, mas Nara Leão, Chico Buarque, Caetano Veloso e tantos outros (cito os que eu mais conheço por serem os mais populares nos dias de hoje) enfrentaram com sua arte o exército repressor. Representavam o que realmente deve representar a arte: o espírito humano em uma de suas mais belas formas de expressão; o grito de um povo que desejava de todas as formas expressar a sua indignação, seu anseio por dias melhores, sem medo, sem repressão, sem censura. Sim, esses artistas transformaram o “um banquinho, um violão” em palavras de ordem e nem mesmo a grande mídia pode calá-los. Muitos foram exilados e sofreram as conseqüências por tudo isso.

Alguns podem dizer que essa cultura que emergiu em meio ao caos ditatorial era a cultura vinda das elites. Que eles eram filhos de intelectuais, ou da classe média carioca que na verdade estava pouco se importando com tudo aquilo. Mesmo que fosse... Esses artistas desceram do pedestal de suas classes, andaram pelo chão onde todos pisavam, beberam nos bares da plebe e divertiram-se nos bordéis operários da clássica capital carioca. Eles desprendiam-se de seu dinheiro, nem pensavam em ostentar o luxo em que poderiam estar vivendo pelo simples motivo de que queriam viver, viver a vida; viver o Brasil que pulsava por algo que todos sabiam o que era, mas ninguém podia falar. Nara Leão já protestava no musical “Liberdade, Liberdade” e com Zé Kéti mostrava os anseios de seu povo no show Opinião, Vinícius dizia “é melhor viver do que ser feliz”! Nunca a arte e o povo viveram em tamanha comunhão de idéias, nunca o Brasil foi tão belo, mesmo em dias difíceis e que deveriam ser mudados. Enfim, éramos lutadores a nossa maneira, mas lutadores...

E hoje? O que temos? Vemos o sucesso da globalização, o mercado de consumo eufórico, a alegria falsa de um povo que ainda festeja um presidente que se diz do povo, mas que apenas contribui mais e mais para a nossa alienação ao sistema voraz e perecível... Dias difíceis... Eu diria, piores.Vemos a cultura norte-americana dentro do nosso cotidiano, vemos a música emprestada dos nossos colonizadores culturais pulsar nos TOP 10 das rádios POP. Vemos Mano Brown, cantando contra o sistema, mas ao mesmo tempo clamando para sua classe um lugar ao sol, um lugar no mercado de consumo, um lugar para poder estacionar seu carrão movido a pó e Tupac. Vemos os guetos norte-americanos adentrarem as favelas com suas negras esculturais e sua moda hip-hop de shopping center.

Sim, amigos... Minha geração cresceu ouvindo do mesmo Marcelo D2 que debochou da MPB cantar “Legalize já”. A geração que antecedeu a minha, cresceu assistindo aos punks nos anos 80 gritarem seu discurso anticapitalista vazio, herdado das bandas inglesas dos anos 70. Sex Pistols, a banda montada por um produtor com o intuito de ser diferente, rebelde e suja para vender... A mídia sempre adorou tudo isso. Legalize já, foda-se o sistema... Enquanto estiverem gritando isso está bom demais...

Temos a arte absorvendo cada vez mais o estilo de vida pequeno-burguês. João Gordo e Marcelo D2 fazendo propagandas de carros, engordando com o caldo grosso do dinheiro fácil e alienado. “Usar o sistema em benefício próprio”, ouvi uma vez de João Gordo. Nada mais pequeno-burguês que isso... “Vídeo-game, filho na Disney...” É isso que Marcelo D2 coloca hoje em suas letras. A favela feliz, o samba globalizado, a atitude vazia em meio ao caos imperialista. MPB é mesmo uma merda!

A arte não mais reúne o povo em uma só voz, os rádios não mais tocam o que todos querem dizer, mas não pode ser dito. Será que todos querem dizer ainda algo? Será a arte de hoje a manifestação alienada do espírito humano? Temo então pela absolvição dos nossos “artistas”. Temo pela banalização do nada!

Hoje, lembrando do ocorrido em 2005, o que me entristece é que Marcelo D2 tenha recebido naquela noite o prêmio de Melhor Artista de MPB. Sinto como se fosse uma piada, como se o que um dia foi de fato a verdadeira música popular brasileira tenha virado, assim como todo o restante, um produto perecível e de falso brilho. Se for mesmo assim, creio que de fato muitos dos nossos “artistas” de hoje realmente possam dizer que odeiam MPB, uma vez que eles, com sua atitude e “talento” não teriam o menor destaque e nem poderiam um dia rejeitar uma cultura que um dia já foi bela, mas que hoje perece cada vez mais.

Agora me diga: de que lado ELES sambam?

19.5.07

Professores que apóiam a ocupação na reitoria da USP

Nós, abaixo-assinados, professores da Universidade de São Paulo, unimo-nos a todos aqueles que, preocupados com a manutenção e ampliação democráticas do ensino, pesquisa e extensão das universidades públicas, têm empreendido lutas contra os decretos do governo Serra, os quais inviabilizam a autonomia universitária. Requeremos, por isso, a reabertura das negociações com os estudantes e funcionários que ocupam a Reitoria da USP e refutamos qualquer ação violenta de desocupação do prédio, tendo em vista a justeza de sua causa política em defesa da universidade pública.

1. Adma Fadul Muhana (FFLCH)
2. Adrián Fanjul (FFLCH)
3. Adriane da Silva Duarte (FFLCH)
4. Afrânio Mendes Catani (FE)
5. Alcides Celso Oliveira Villaça (FFLCH)
6. Alexandre Hasegawa (FFLCH)
7. Amílcar Zani Netto (ECA)
8. Ana Cecilia Olmos (FFLCH)
9. Ana Fani Alessandri Carlos (FFLCH)
10. Ana Paula Pacheco (FFLCH)
11. Ana Paula Torres Megiani (FFLCH)
12. Andrea Cavicchioli (EACH)
13. Andrea Saad Hossne
14. Angélica Chiappetta (EACH)
15. Antonio Vicente S. Pietroforte (FFLCH)
16. Aparecida de Fátima Bueno (FFLCH)
17. Ariovaldo José Vidal (FFLCH)
18. Augusto Massi (FFLCH)
19. Beatriz Daruj Gil (FFLCH)
20. Beatriz Raposo Medeiros (FFLCH)
21. Benjamin Abdala Junior (FFLCH)
22. Betina Bischof (FFLCH)
23. Bruno Barreto Gomide (FFLCH)
24. Carlos Alberto da Fonseca (FFLCH)
25. Carlos Alberto Fajardo (ECA)
26. Carlos Serrano (FFLCH)
27. Celso Fernando Favaretto (FE)
28. Celso Frederico (ECA)
29. Cilaine Alves Cunha (FFLCH)
30. Claudemir Belintane (FE)
31. Claudia Amigo Pino (FFLCH)
32. Cristiane Maria Cornelia Gottschalk (FE)
33. Deize Crespim Pereira (FFLCH)
34. Doris Accioly e Silva (FE)
35. Doris Nátia Cavallari (FFLCH)
36. Edu Teruki Otsuka (FFLCH)
37. Eduardo Vieira Martins (FFLCH)
38. Elias Thomé Saliba (FFLCH)
39. Elis de Almeida Cardoso Caretta (FFLCH)
40. Elisabeta Santoro (FFLCH)
41. Elizabeth Harkot de La Taille (FFLCH)
42. Elvio Rodrigues Martins (FFLCH)
43. Elza Assumpção Miné (FFLCH)
44. Emerson da Cruz Inacio (FFLCH)
45. Emir Sader (FFLCH)
46. Fábio de Souza Andrade (FFLCH)
47. Flavia Maria Corradin (FFLCH)
48. Flávia Schilling (FE)
49. Flavio de Campos (FFLCH)
50. Flávio de Campos (FFLCH)
51. Flavio Wolf de Aguiar (FFLCH)
52. Francis Henrik Aubert (FFLCH)
53. Francisco Alambert (FFLCH)
54. Francisco Maciel Silveira (FFLCH)
55. Francisco Vecchia (EESC)
56. Franklin Leopoldo e Silva (FFLCH)
57. Giuliana Ragusa de Faria (FFLCH)
58. Glória da Anunciação Alves (FFLCH)
59. Hélder Garmes (FFLCH)
60. Heloísa Pezza Cintrão (FFLCH)
61. Heloísa Zani (ECA)
62. Henrique Soares Carneiro (FFLCH)
63. Homero Santiago (FFLCH)
64. Ieda Maria Alves (FFLCH)
65. Iná Camargo Costa (FFLCH)
66. Iris Cantor (FFLCH)
67. István Jancsó (IEB)
68. Iumna Maria Simon (FFLCH)
69. Ivã Carlos Lopes (FFLCH)
70. Ivone Daré Rabello (FFLCH)
71. João Adolfo Hansen (FFLCH)
72. João Paulo G. Pimenta (FFLCH)
73. João Roberto Faria (FFLCH)
74. João Roberto Faria (FFLCH)
75. Jorge de Almeida (FFLCH)
76. Jorge Schwartz (FFLCH)
77. José Batista Dal Farra Martins (ECA)
78. José Horacio de Almeida Nascimento Costa (FFLCH)
79. Júlio Assis Simões (FFLCH)
80. Júlio César Suzuki (FFLCH)
81. Laura de Mello e Souza (FFLCH)
82. Laura P.Z. Izarra (FFLCH)
83. Leda Maria Paulani (FEA)
84. Leila Leite Hernandez (FFLCH)
85. Lenita Maria Rimoli Esteves (FFLCH)
86. Leon Kossovitch (FFLCH)
87. Leonel Itaussu
88. Leyla Perrone-Moisés (FFLCH)
89. Ligia F. Ferreira (FFLCH)
90. Lisete R. G. Arelaro (FE)
91. Lucia Wataghin (FFLCH)
92. Luís César Oliva (FFLCH)
93. Luiz Claudio Mubarac (ECA)
94. Luiz Dagobert de Aguirra Roncari (FFLCH)
95. Luiz Renato Martins (ECA)
96. Luiz Tatit (FFLCH)
97. Madalena N. Hashimoto Cordaro (FFLCH)
98. Mamede Mustafá Jarouche (FFLCH)
99. Manoel Mourivaldo Santiago Almeida (FFLCH)
100. Marcelo Vieira Fernandes (FFLCH)
101. Marcia Arruda Franco (FFLCH)
102. Márcia Regina Berbel (FFLCH)
103. Marco Francesco Buti (ECA)
104. Marcos Piason Natali (FFLCH)
105. Marcos Silva (FFLCH)
106. Margarida Maria de Andrade (FFLCH)
107. Maria Augusta da Costa Vieira (FFLCH)
108. Maria Cristina Cortez Wissenbach - FFLCH/DH
109. Maria de Fatima Simoes Francisco (FE)
110. Maria Helena P. T. Machado (FFLCH)
111. Maria Helena Rolim Capelato (FFLCH)
112. Maria Laura Silveira (FFLCH)
113. Maria Ligia Coelho Prado (FFLCH)
114. Maria Lúcia C. Victorio de O. Andrade (FFLCH)
115. Maria Lucia Mello Oliveira Cacciola
116. María Teresa Celada (FFLCH)
117. María Zulma M. Kulikowski-FFLCH
118. Marilena Chaui (FFLCH)
119. Marília Pinto de Carvalho (FE)
120. Marilia Pontes Sposito (FE)
121. Marina de Mello e Souza (FFLCH)
122. Mario Miguel González (FFLCH)
123. Marisa Grigoletto (FFLCH)
124. Marli Quadros Leite (FFLCH)
125. Marta Inez Medeiros Marques (FFLCH)
126. Marta Kawano (FFLCH)
127. Marta Maria Chagas de Carvalho (FE)
128. Mary A. Junqueira (FFLCH)
129. Maurilane de Souza Biccas (FE)
130. Mayra Laudanno (IEB)
131. Michel Sleiman (FFLCH)
132. Monica Duarte Dantas (IEB)
133. Nair Yumiko Kobashi (ECA)
134. Neide Luzia de Rezende (FE)
135. Neide Luzia de Rezende (FE)
136. Neide T. Maia González - FFLCH
137. Nelson Schapochnik (FE)
138. Norberto Luiz Guarinello
139. Olga Ferreira Coelho (FFLCH)
140. Olgária Chain Féres Matos (FFLCH)
141. Osvaldo Coggiola (FFLCH)
142. Otília Arantes (FFLCH)
143. Pablo Ortellado (EACH)
144. Paula da Cunha Côrrea (FFLCH)
145. Paulo Arantes (FFLCH)
146. Paulo Daniel Farah (FFLCH)
147. Paulo Martins (FFLCH)
148. Paulo Teixeira Iumatti (IEB)
149. Rafael de Bivar Marquese (FFLCH)
150. Regina Pontieri (FFLCH)
151. Ricardo Musse (FFLCH)
152. Rita Chaves (FFLCH)
153. Roberta Barni (FFLCH)
154. Roberto de Oliveira Brandão (FFLCH)
155. Roberto Zular (FFLCH)
156. Rosa Ester Rossini (FFLCH)
157. Rosane de Sá Amado - FFLCH
158. Rubens Pereira dos Santos (FCLAssis/Unesp)
159. Ruy Braga (FFLCH)
160. Salete de Almeida Cara (FFLCH)
161. Samuel Titan Jr (FFLCH)
162. Sandra Guardini T. Vasconcelos (FFLCH)
163. Sean Purdy (FFLCH)
164. Sheila Vieira de Camargo Grillo (FFLCH)
165. Solange Ferraz de Lima (MP)
166. Sônia Salzstein Goldberg (ECA)
167. Stéphane Rémy Malysse (EACH)
168. Tania Celestino de Macêdo (FFLCH)
169. Vera da Silva Telles (FFLCH)
170. Verónica Galíndez Jorge (FFLCH)
171. Vima Lia de Rossi Martin (FFLCH)
172. Viviana Bosi (FFLCH)
173. Vladimir Safatle (FFLCH)
174. Waldemar Ferreira Neto (FFLCH)
175. Waldir Beividas (FFLCH)
176. Walkyria Monte Mor (FFLCH)
177. Walnice Nogueira Galvão (FFLCH)
178. Yudith Rosenbaum (FFLCH)
179. Zenir Campos Reis (FFLCH)


FONTE: http://ocupacaousp.blog.terra.com.br/

6.5.07

Inevitável!

Ontem, andando pelo centro de SP durante a Virada Cultural, percebi que aquele ambiente de fato não era saudável. Algo de podre estava no ar, algo de denso me levava a pensar que aquilo não tinha nada de fraterno. O problema foi que em determinado momento me senti como parte integrante, colaborador fiel de tudo aquilo. Não aproveitei a noite e nem sorri como deveria...O universo se mostrou ainda mais complexo, minhas atitudes me desnudaram e o que apareceu foi um triste espetáculo individual. Não cantei, não festejei o que de fato merecia ser festejado. Sou o caos do mundo junto aos meus afins, sou a infelicidade coletiva de um mundo cinza e confuso. Não, não é crise existencial... É que sei o quanto sou torto e quando vejo espetáculos miseráveis como o ocorrido ontem na Praça da Sé, penso que estava no local certo e na hora certa. A plantação é arbitrária, mas a colheita... Inevitável!

***

Faço parte da massa incandescente dos amores perdidos e das ações infundadas.
Faço parte da legião de sofredores cármicos desse mundo confuso e caótico.
Nas festas populares, assim como todos os espíritos inferiores, inclino-me a facilidades mundanas do prazer imediato e vão.
Compartilho toda a dor e inferioridade desse lugar, contribuo diariamente pra que essa situação permaneça assim...
Não me junto aos que poderiam ser melhores companhias, pois não atraio esse tipo de gente. Junto-me aos tortos, pois sou uma peça torta também, mas em momento algum me orgulho disso. Mas de que serve o orgulho, afinal?
Ando pelo mundo olhando as pessoas, observando suas atitudes e perguntando como é possível que meu corpo não faça a coisa certa se minha consciência o condena.
Junto-me aos perdidos, aos que colhem a dor que plantam, faço parte dos pobres de espírito, dos que muito tem para dar, mas ainda não possuem generosidade suficiente para dividi-lo com os que precisam.
Sou feio, sujo e sem expectativas... Tento escapar do mundano, do comum e do trivial, mas caio nele como um patinho.
No meio dos prazeres carnais, fúteis e tristes, dissolvo-me junto aos meus afins; na violência incontida da polícia, junto-me aos que tão erroneamente quanto ela pensam estar com a razão. E que razão poderia me absolver agora?
Vi o mundo das trevas tomar conta da vida e vi a vida gritar desesperadamente pelo ar puro da fraternidade.
Sou participante daqueles que gritam a felicidade aos quatros cantos, mas nada sabem dela. Corro a sorrir e me mostrar fiel ao meu próprio teatro que não convence a ninguém, além da platéia cinza e morta que em prantos me assiste. Platéia que assim como eu corre rumo à colheita minguada e merecida de uma vida vazia.
No dia seguinte da derrota espiritual, retorno ao real e nele não me encontro...
Após tanto buscar somente tenho a tarde vazia, o sorriso que não saiu, a falsa alegria que tanto teve lugar em meus planos, o corpo mal-tratado e a vergonha estampada em meu rosto fraco e sem vida.

Eu nasci, mas ainda não vivi!

As quentinhas do inferno!

48 Horas de Ocupação da Reitoria na USP

A ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) completa 48 horas. Os alunos tomaram essa decisão após a reitora não comparecer e não mandar nenhum representante a audiência pública na última quinta-feira (3). Além de um blog, os alunos criaram uma rádio livre para transmitir, diretamente da reitoria, as notícias da ocupação e as reivindicações dos alunos. Para falar ao vivo na rádio os ouvintes podem ligar para o número (11) 3812-8317.

A negociação com o vice-reitor segue a passos lentos, devido à ampla capacidade do mesmo de sempre se esquivar das reivindicações dos estudantes que são claras. Mas os estudantes estão organizados e não sairão de lá enquanto não forem atendidos. Diversas entidades, sindicatos, organizações políticas, centros acadêmicos e DCEs do Brasil e do mundo já manifestaram apoio à Ocupação. Agora a noite, a reitoria divulgou à imprensa uma carta reiterando a "desocupação imediata do prédio".

As universidades estaduais paulistas vêm sofrendo diversos ataques, desde os constantes vetos do governo estadual às Leis de Diretrizes Orçamentárias, que na prática restringiram mais ainda o já apertado orçamento para as universidade, até os recentes decretos do governador José Serra que tiram a também já fragilizada autonomia das universidades.


FONTE: CMI


Polícia Militar Acaba Com a Virada Cultural Com o Uso de Bombas

Por volta das 5:00 do dia 6 de maio, a Polícia Militar de São Paulo demonstrou mais uma vez que é totalmente despreparada e irresponsável, ao realizar uma repressão desproporcional, atirando bombas de gás lacrimogêneo, spray pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha em uma multidão de mais de 30.000 pessoas. Foram ignoradas as pessoas com deficiências físicas, as crianças e idosos que estavam presentes - em peso - no local.

No começo do show dos Racionais MC's, algum incidente de razão desconhecida levou a Polícia Militar a intervir, a princípio com cassetetes. Isso já foi suficiente para causar correria e desespero entre as pessoas que tentavam assistir ao show do Racionais. Não bastasse isso, utilizou de material repressivo, tal como bombas e gás lacrimogênio. A partir das 5:10, a correria foi geral. Milhares de pessoas que assistiam a mais um dos shows da virada cultural foram obrigadas, gratuitamente, a fugir da polícia.

Durante ao menos 30 minutos, em que a Tropa de Choque também interviu, foram lançadas bombas. Muitas pessoas que tentavam chegar até o Metrô Sé, no intuito de deixar o local pacificamente, se viram impedidas pelo gás lacrimogênio que tomava todas as vias de acesso, para quem estava na praça João Mendes.

Mais uma vez, a Polícia Militar, em todas suas esferas, mostra que é irresponsável e incapaz de conviver em sociedade. Não respeita os direitos individuais, não respeita o direito das crianças, não respeita as pessoas portadoras de deficiências físicas e não é capaz de lidar com multidões de modo civilizado.


FONTE: CMI

1.5.07

Somente os cartunistas são felizes!

Por que? Oras, porque eles realmente não se levam a sério... Será que dá pra ser um filósofo cartunista? No mínimo dialético...



Nietzsche o caramba! Quero ser o Angeli quando eu crescer!