26.4.07

CCJ do Senado aprova redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, o debate da redução da maioridade penal será levado agora ao plenário do Senado.

Até quando eles vão investir mais em presídios do que em escolas? Até quando a arma para se melhorar a sociedade vai ser a mesma que a utilizada pelos bandidos?
Não é fácil, mas as vezes penso que Aristóteles tem razão em dizer que existem homens que nasceram para serem escravos e outros para serem senhores. Isso é da natureza e tornar isso algo ruim, não é próprio dela, mas sim uma decorrência das leis que o próprio homem cria.

Pois bem, talvez nesse ponto encontremos alguns problemas:

1) A Liderança Como Algo Natural: Sim, pode realmente ser algo inato. A questão é quando boçais com espírito de liderança, mas espírito inferior acham que possuem a capacidade de sozinhos governarem o estado. Nossos governates são homens que de uma certa forma não possuem a característica de um trabalhador braçal, não nasceram para serem trabalhadores, mas ao mesmo tempo não possuem o espírito virtuoso o suficiente para governar o Estado. São mesquinhos, injustos e mais uma série de características que não cabem em um governante. Sua liderança não deve ser absoluta, mas sim devem responder a um outro governante. Não sei quem, não sei da onde, mas capacidade para tocar o barco sozinhos eles não têm.

2) O Escravo Que Não Possui Uma Liderança Virtuosa Perde-se: Ele não vive como deve mesmo sendo escravo, pois não basta exercer sua função natural. O escravo deve viver de forma digna, caso contrário se voltará contra seu senhor e não o reconhecerá. O escravo natural não quer a liberdade do senhor, mas quer apenas ser liderado pela virtude. Quando os boçais lideram a sociedade temos um desequilíbrio nas suas relações internas.

Devo esclarecer que a palavra "escravo" aqui remete hoje a outras funções sociais mais próprias de nosso tempo. Digo "escravo" para fazer um paralelo com o pensamento de Aristóteles, assim como poderia me utilizar da expressão "forte" e "fraco" se me remetesse a Nietzsche.
Marx diz que a religião é um meio de alienação onde o homem projeta nela toda a sua existência genérica, mas por que não dizer que é um meio de alienação onde o homem, por não possuir uma liderança virtuosa projeta essa falta em um Deus, que independentemente de existir ou não aparece aqui como essa projeção mental do "escravo sem seu senhor"?
Não sei, mas se certas coisas são inatas, uma sociedade só será justa de fato se respeitar a natureza de cada um, de modo a estabelecer a função de cada membro da sociedade de forma justa. O problema seria como fazer isso... Penso que o capitalismo, enquanto sistema econômico não dá conta de estabelecer tais funções. Já o Estado, enquanto instrumento de repressão tal como o conhecemos hoje e legitimando-se justamente por esses boçais poderia fazer isso?

Vou tomar uma cerveja...

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