
Não há o que comemorar no momento! Nosso período histórico diz que devemos lutar para termos o que comemorar. Não participo de tal luta. Talvez devido a isto não conheça a felicidade real e deva me refugiar nos fetiches da ideologia burguesa. Será esta a força misteriosa que arrasta as pessoas para fora da realidade? Será esta a genealogia dos antidepressivos, dos livros de auto-ajuda e do êxito da indústria cultural?
Ouço fogos de artifício, pois já é 2008... Daqui, meus olhos apenas podem ver a classe-média festejando, mas pelo mundo, alguns morrem por petróleo, a África segue com sua existência faminta, as diferenças sociais geram violência, ódio e desespero. Na TV, mensagens de um ano novo cheio de esperanças não trazem novidade alguma. É apenas mais um ano que traz votos e mais votos de felicidades: felicidades que eu não estou me referindo aqui.
Não estou falando de realizações pessoais, não estou falando de sucesso econômico, afetivo, nem nada daquilo que os desejos egoístas de um “feliz” ano novo trazem. Estou falando do real, ou seja lá o que ele significa fora desta ideologia massacrante e triste.
Pessimismo, realismo... Não sei, mas estes fogos dizem muito a todos que os ouvem. De qualquer maneira, seja qual for o conceito de felicidade, não há como deixar de se desejar um feliz 2008... Mas o que é um ano feliz, afinal?
Feliz 2008...
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