22.11.07

Ces't La Vi!

Classe média francesa sem transporte. Será que um dia acordarão para a vida?

"Embora a direção das maiores confederações sindicais defendam o fim da greve, as assembléias de trabalhadores têm optado pela seqüência do movimento. O resultado é que todas as grandes cidades seguem transtornadas pelas paralisações e por uma onda de protestos - que reúnem não só metroviários, mas também estudantes, magistrados, funcionários públicos e até produtores de fumo". O Estado de São Paulo - 22/11/2007

Utilizo como fonte um jornal burguês. E qual opção tenho? Os de esquerda pecam nos excessos quase da mesma forma, e além do mais, nunca se atualizam com a velocidade desejada. Desculpo-me aqui!

A França tem dado um exemplo no que se refere à luta contra reformas liberais de seu governo. O governo de Nicolas Sarkozy mostra-se contraditório, pois ao mesmo tempo que afirma abrir espaço para negociações, diz não abrir mão de seus objetivos - ou uma coisa ou outra, senhor Sarkozy. As reformas liberais defendidas pelo governo visam aumento do tempo de trabalho dos servidores públicos. O que temos hoje para os servidores é um tempo de contribuição de 37,5 anos; o que as reformas propõe é um aumento para 40 anos. Esse tempo já existe para os trabalhadores da iniciativa privada, como assinalado nos jornais burgueses com o intuito de dizer "por que só os servidores públicos podem?". Exatamente! Os demais trabalhadores que lutem para terem 37,5 anos de contribuição previdenciária ao invés de criticar os servidores de seu país.

Reforma Universitária

Nada diferente do Brasil. Uma maior autonomia universitária pregada pelas reformas assinala para um começo de diálogo por parte das instituições públicas com a iniciativa privada. Estudantes aderiram às paralizações dos trabalhadores estatais de gás, eletricidade e educação, além dos transportes, com o intuito de apoiar suas demandas e também lutar contra o avanço liberal frente ao ensino universitário público.

Um país como a França, que possui um dos melhores serviços públicos do mundo, vai sofrer com essa reforma, caso ela passe. O que a mídia de massa coloca é que a maior parte da população apóia Sarkozy, enquanto uma minoria acha que as greves deveriam persistir. Não duvido do fato da maioria ser a favor do governo. Um país que engorda sua classe média não poderia contar com posição diferente. Manipulados ou não, os fatos mostram que mais uma vez essa camada da sociedade só enxerga seu próprio umbigo, e no caso da França um umbigo cheirando a perfume do "bão", regado a croissant e champanhe finíssima. Coisa de fresco que nem de perto sabe o que é viver como os pobres diabos do Sudão.

Mas o que quero assinalar é sobre o conteúdo da frase acima: Os sindicatos demonstram que há um início de "abre pernas" em relação às propostas do governo. É óbvio que tratam-se de sindicatos corruptos. O próprio jornal burguês aqui diz que as assembléias não querem o fim das greves, ao contrário das direções sindicais. O momento é de não se curvar perante oportunismos e "peleguices". Luiz Marinho tem em qualquer lugar...

Ces't La Vi !

2 comentários:

Beat disse...

Pois é companheiro... e aqui as greves não chegam a durar nem 4 dias seguidos. É só a imprensa começar a malhar a paralisação que os pelegões abrem as pernas em troca de acordos ridículos!

Dá-lhe França!

rafael andolini disse...

ah cruj... vc é muito reaça ao contrário!