
As pessoas ficaram idiotas com a cultura criada pela mídia, as pessoas simplesmente não sabem mais pra onde correr. Até os revolucionários recorrem a essas coisas, ou seja, é por isso que eu tiro o chapéu pra Indústria Cultural.
Amigos! Irmãos! A religião não é mais o ópio do povo! Abençoai a Indústria Cultural e tudo que ela traz pra você!
Sim, eu também fui infectado! Eu também me apaixono e sofro, eu também fico desesperado quando sem dinheiro, eu também me sinto um fracassado quando, porventura, não identifico minha vida com o padrão de vida pregado pelas ondas da mídia de massa.
O que fazer? Não sei! Porque mesmo pensando como penso não consigo me livrar de certas coisas. O próprio fato de eu estar escrevendo esse texto vem de um acontecimento proporcionado pela Indústria Cultural. Não sei qual a saída! Não sei mesmo!
A moral que começou a ser construída pela religião e por algumas filosofias agora tem seu ápice na indústria cultural, mas não é só a moral que tem sua manutenção diária: o entretenimento é a palavra de ordem na sociedade do espetáculo. A happy-hour, a viagem de fim de ano, as agências de turismo, a internet, o amor, o cachorro à venda no pet-shop, as compras, os esportes, a música, os anti-depressivos...
Estamos cercados com um controle remoto nas mãos! Talvez eu me sinta um pouco frustrado, mas é nas frustrações que vejo os motivos do choro....
Eu tenho um blog, estou sem grana, não me identifico com o padrão de vida, eu gosto de alguém que está pouco se fodendo pra mim, eu quero viajar no fim de ano, adoro happy-hour, cachorros peludos, tenho minha porção consumista e fiquei feliz pelo São Paulo ter sido pentacampeão. Anti-depressivos eu não tomo, obrigado.
Sou filho da Indústria Cultural, sou fruto do meio... Não poderia ser de outra forma, mas por que diabos eu tinha que saber disso? Eis a maldição!
Um comentário:
Irônico ler esse seu texto logo agora, acabei de assistir a segunda temporada inteira de "Heroes" enquanto começava mais um "Big Brother". É realmente difícil fugir da indústria cultural.
O pior é que me parece que a indústria cultural é um sistema assimilador. Por mais que a coisa seja alternativa, diferente e crítica, se torna uma forma de vender seja lá o que for.
Saber de tudo isso é terrível, a ignorância às vezes é reconfortante.
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